Muitas almas, dentro de espaços físicos denominados de Igreja, estão sendo conquistadas com promessas mundanas de progresso financeiro e material. Será que é este o patrimônio que Deus espera que a ele apresentemos como conquista de nossa vida neste vale de sofrimento no dia de nosso julgamento? Será que aquele que nasceu na manjedoura, viveu uma vida simples e humilde, morreu na cruz nu e flagelado dizendo “perdoai-os, eles não sabem o que fazem”, espera que a ele façamos relatos de gloria, poder e riqueza? Parece-me, muitas vezes, que quem a credita nisso, acredita em tudo menos em Deus.
Conquistar almas para depois entregá-las ao mundo é, de certa forma, chocante. Não vou entrar no mérito das intenções e motivadores para este comportamento de certos “líderes” religiosos. Sempre procuro ver boas intenções por trás das atitudes das pessoas, principalmente daqueles que se postam como pastores de ovelhas. É fato que cada um só pode dar o que tem. Só pode buscar, e ensinar a buscar, o que acredita ser bom para si. Acreditam que o que é bom para si, é, com certeza, bom para os outros. Se acreditam numa religião que busque resultados materiais práticos, é isso que vão ensinar aos que os seguirem. Buscar resultados por meio de campanhas e outras práticas. É o que fazem. É o que ensinam pois, de forma honesta, é no que acreditam.
Quem sou eu para dizer o que é certo ou errado. Quem sou eu para indicar o que deve ser, ou não, seguido pelos outros. Algumas coisas, entretanto, acho que devo aceitar, e outras rejeitar, como prática em minha vida. Isso a partir do que acredito que Deus espera de mim. E, o que acredito que Deus espera de mim, vem do meu entendimento bíblico.
Acredito que foi o desejo por poder e grandeza que jogou o homem neste mundo de sofrimento. Acredito que a vida de Jesus é, por conseqüência, um lecionário de humildade ensinando como voltar para perto de Deus. Acredito no “faça-se tua vontade não a minha”. Acredito que a liberdade humana é o maior dos patrimônios individuais. Que este patrimônio é respeitado pelo próprio Deus de forma plena e total. Por fim: Acredito no amor de Deus e no meu, ainda incipiente, amor ao próximo. E para encerrar, vivo na esperança da salvação. Esperança esta que se pauta, principalmente, no “respeito aos pequeninos de meu pai” aí inserindo-se os que por limitações sociais, culturais e educacionais não entendem a Bíblia buscando fora de si o entendimento que só a alma pode dar internamente e individualmente.
Paz a todos.
"Examinei todas as coisas que se fazem debaixo do Sol. Pois bem, tudo é vaidade e aflição do espírito! - Ecl 1,14"