quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sem Dor de Consciência

Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes. (João 2,16)

Muitas almas, dentro de espaços físicos denominados de Igreja, estão sendo conquistadas com promessas mundanas de progresso financeiro e material. Será que é este o patrimônio que Deus espera que a ele apresentemos como conquista de nossa vida neste vale de sofrimento no dia de nosso julgamento? Será que aquele que nasceu na manjedoura, viveu uma vida simples e humilde, morreu na cruz nu e flagelado dizendo “perdoai-os, eles não sabem o que fazem”, espera que a ele façamos relatos de gloria, poder e riqueza? Parece-me, muitas vezes, que quem a credita nisso, acredita em tudo menos em Deus.


Conquistar almas para depois entregá-las ao mundo é, de certa forma, chocante. Não vou entrar no mérito das intenções e motivadores para este comportamento de certos “líderes” religiosos. Sempre procuro ver boas intenções por trás das atitudes das pessoas, principalmente daqueles que se postam como pastores de ovelhas. É fato que cada um só pode dar o que tem. Só pode buscar, e ensinar a buscar, o que acredita ser bom para si. Acreditam que o que é bom para si, é, com certeza, bom para os outros. Se acreditam numa religião que busque resultados materiais práticos, é isso que vão ensinar aos que os seguirem. Buscar resultados por meio de campanhas e outras práticas. É o que fazem. É o que ensinam pois, de forma honesta, é no que acreditam.


Quem sou eu para dizer o que é certo ou errado. Quem sou eu para indicar o que deve ser, ou não, seguido pelos outros. Algumas coisas, entretanto, acho que devo aceitar, e outras rejeitar, como prática em minha vida. Isso a partir do que acredito que Deus espera de mim. E, o que acredito que Deus espera de mim, vem do meu entendimento bíblico.


Acredito que foi o desejo por poder e grandeza que jogou o homem neste mundo de sofrimento. Acredito que a vida de Jesus é, por conseqüência, um lecionário de humildade ensinando como voltar para perto de Deus. Acredito no “faça-se tua vontade não a minha”. Acredito que a liberdade humana é o maior dos patrimônios individuais. Que este patrimônio é respeitado pelo próprio Deus de forma plena e total. Por fim: Acredito no amor de Deus e no meu, ainda incipiente, amor ao próximo. E para encerrar, vivo na esperança da salvação. Esperança esta que se pauta, principalmente, no “respeito aos pequeninos de meu pai” aí inserindo-se os que por limitações sociais, culturais e educacionais não entendem a Bíblia buscando fora de si o entendimento que só a alma pode dar internamente e individualmente.


Paz a todos.

"Examinei todas as coisas que se fazem debaixo do Sol. Pois bem, tudo é vaidade e aflição do espírito! - Ecl 1,14"