sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Em defesa da Sagrada Família.


          Percebe-se certo exagero nas reações manifestadas, via redes sociais, às recentes palavras do Papa Bento XVI sobre as possíveis conseqüências para a família e para a sociedade ao se concretizar a liberação legalizada da união civil entre parceiros do mesmo sexo.

          Digo certo exagero, não porque acredite que restrições possam ser propostas, ou impostas, apenas por preconceito a qualquer tipo de comportamento social. Não! Qualquer ação que tenha sua origem no preconceito deve ser reprimida e condenada. As recentes, e apressadas, reações ao que disse o Papa são graves pelo fato de colocarem no centro dos protestos, não o Papa, mas a Igreja Católica e a própria Bíblia. É fato que no dia em que o Papa deixar de criticar, ou mesmo condenar, certos comportamentos sociais que, iluminados pela base filosófica e espiritual que orienta a Igreja, necessitem ser admoestados, estará desorientando sua caminhada.

          Sinceramente! Não consigo entender por quais parâmetros, julgamentos tão severos foram feitos a Bento XVI. A Igreja está embasada filosoficamente e espiritualmente em valores que não sofrem, e nem devem sofrer, influências oriundas da moral e dos costumes temporais. A moral espelhada nos textos bíblicos é, a mais de dois mil anos, o que norteia a postura da Igreja junto à sociedade. Aí se incluem a defesa da vida e da família e, nestes dois mil anos, nada mudou e nem irá mudar. Então, não dá para se exigir “modernidade” nas manifestações da Igreja. A moral emanada dos textos, ali espelhada e aceita como verdade, não pode sofrer modificações ao sabor de épocas e costumes. Onde, então, o Papa errou para ser tão cruelmente atacado?

          Cada um faça o que quiser com suas crenças e sua vida. É um direito inalienável postulado pela liberdade. No entanto, não dá para exigir que não existam pontos de vista diferenciados e que a religião – todas por sinal independente da origem filosófica – não possa criticar o que acredita ser nocivo para a família, a sociedade e, no caso das cristãs, à salvação.

          O preço da crítica é, e será sempre, o preço a ser pago pela liberdade e pela democracia. Todos que possuem uma vida pública precisam pagar este preço, entretanto, que se cobre um preço justo.